quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Afinal quem está a estragar o clima é o sol e não os humanos...
Cientistas de um instituto americano revelaram que o ciclo solar interage com a estratosfera e com a superfície do oceano, gerando padrões meteorológicos que afectam grande parte do planeta. O El Niño e o La Niña são exemplos de fenómenos que podem ser intensificados ou suavizados por esta interacção.

O ciclo solar dura 11 anos e a variação da energia que chega a Terra ao longo deste processo não ultrapassa os 0,1%. No entanto, esta pequena variação dá lugar a alterações periódicas nos padrões meteorológicos, ou seja, no Clima. Até recentemente, este fenómeno era um mistério, mas cientistas do Centro Nacional de Investigação para a Atmosfera, nos EUA, conseguiram deslindar os mecanismos que estão na sua origem.

Os investigadores analisaram mais de um século de observações meteorológicas e recorreram a três modelos de computador, tendo os resultados sido publicados recentemente na revista Science. Segundo concluíram os cientistas, a “chave” para a compreensão do fenómeno está no impacto do sol em duas regiões à partida sem relação – a estratosfera e o oceano. Com efeito, os compostos químicos na parte superior da atmosfera e as temperaturas da superfície do oceano Pacífico são influenciadas durante o pico de actividade solar de forma que amplificam a influência do Sol em alguns aspectos da movimentação do ar. Isto pode resultar na intensificação dos ventos e das chuvas, em alterações da temperatura da superfície do mar e das nuvens sobre certas regiões tropicais e subtropicais, afectando a meteorologia global.


Na prática, a resposta da Terra a uma maior actividade solar interage com fenómenos que se repetem sem periodicidade fixa como o La Niña, o El Niño e as Monções, podendo reforçá-los ou suavizá-los, uma indicação da complexidade da interacção. Em geral, durante o pico da energia solar o tempo no Pacífico Equatorial Oriental é mais seco e a água está mais fria que noutras condições.

Segundo, Gerald Meehl, que orientou a investigação “Compreender o papel do ciclo solar pode permitir-nos prever melhor os padrões regionais para as próximas duas décadas”, como as monções no oceano Índico e as chuvas no Pacífico.


Actualmente, o Sol atravessa um período de actividade mínima, praticamente sem manchas solares, que está a durar mais que o habitual. A sua possível influência meteorológica em cada uma das regiões do mundo permanece, no entanto, por esclarecer.


Fonte: El País
 
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